17 de dez. de 2009

Alguma coisa no nada

De repente me vejo sentado no banco de concreto, daqueles que se encontram em locais públicos - provavelmente por serem mais resistentes. Estou de frente para a porta da biblioteca da faculdade da qual estudo.
Calma... Antes de mais nada, vou descrever bem o local, para melhor nos localizár-mos:

É uma área relativamente grande, pouco maior do que uma sala de aula de faculdade; quadrada, sem nenhuma decoração; em um dos lados possui a porta da biblioteca, e nos outros três: bancos (de concreto). Não sei dizer se é uma área aberta ou fechada. Possui paredes apenas em 3 dos lados do recinto.

Eu, de repente me vejo sentado num dos bancos de concreto, daqueles que se encontram em locais públicos - provavelmente por serem mais resistentes. Estou de frente para a porta da biblioteca da faculdade da qual estudo. Digo 'de repente' porque simplesmente não lembro o que estava fazedo lá nem porque eu tinha parado ali. Já eram quase 22h. Tentem se localizar: o ambiente é quadrado; estou de frente para a biblioteca; no banco em frente à parede da minha direita tinha um rapaz, sentado sozinho, olhando para o chão; e no banco à minha esquerda, um casal que conversava alegremente. Era interessante observar a reação das pessoas ao meu redor ali, naquela hora da noite. Na narrativa, vou separar os dois bancos. Na hora, eu nalizáva-os simultaneamente, porem escrevendo, acho que isso ficaria confuso.

Minha atenção vai primeiro ao casal. Será que eles possuem algum tipo de relacioamento? Provavelmente não... senão não estariam tão afastados. Mas eu apostaria que os dois estivesses intertessados nesse relacionamento. Senão não estariam naquela hora da noite, ainda na faculdade para ficar conversando com alguém que não lhes despertasse interesse.
haha'
Mas logo se ver porque que os dois nunca dariam juntos... Não estão na mesma vibe; não tem química, entende? Digo isso porque, da mesma maneira que a conversa era animadora e fazia os dois rirem, ela ia embora e ficavam os dois por certos momentos de silêncio em bisca de assunto para puxar com a possível paquera. Os dois levantam e vão embora juntos, ainda conversando. Provavelmente por causa do horário.

Porém, o que mais me intrigou, era o rapaz solitário. Que fazia ele ali, naquela hora da noite, sentado sozinho à porta da biblioteca, olhando para o chão? Me certifiquei que ele não estava no telefone ou ouvindo musica para passar o tempo. Enquanto eu observava os dois bancos, ele se mexia (comprovando que não estava morto). Hora olhava para o chão, hora para o casal na frente dele, hora para a porta fechada da biblioteca... As vezes se ajeitava no banco para não ficar com as pernas dormentes. Mas porque ele estava ali?! Será que não tinha ninguém esperando por ele na sua casa? Alguém que tenha preparado o jantar e esteja procupado por ele ainda estar na rua? Será que não seria melhor para ele ficar assim, de marasmo, em casa? Ninguém para ligar, nenhum amigo para estar ali jogando conversa fora com ele? Ou... Por que será que ele não quer voltar pra casa? São muitas as alternativas.

Sei que, normalmente, ninguém dá bola para essas coisas no dia a dia... Mas foi estranho. Era como se eu não pertencesse aquele lugar e estive ali analizando as pessoas. Por isso deixei o rapaz solitário ainda mais sozinho, levantei e fui embora.