16 de fev. de 2010

Carnaval na Bahia

É nessa época mesmo que agente entende porque o rock na Bahia tem pouca expressividade. Não que não seja assim durante o resto do ano. Mas é no carnaval de Salvador que eu percebo, que mesmo com um evento como o Palco do Rock, que são mais de 7 horas por dia de rock GRÁTIS, os "roqueiros" soteropolitanos preferem aderir ao circuitozinho do axé.

Claro que cada um tem o direito de escolher como se divertir. Mas lembremos que é graças à industria do axé que Salvador é tão pobre de rock. Não é interesse de ninguém que Salvador perca o título de capital do axé. É de interesse deles que não venham shows grandes de rock pra cá. Porque Salvador, perdendo o posto de capital do axé, deixa de ter turismo nessa época do ano, o que faz várias empresas deixarem de investir dinheiro, que o governo sempre tira sua pontinha.

Daí os "roqueiros", que passam o ano sem ir pra nenhum show (porque não vai ir pra show de banda que não conhece; já que as bandas grandes não vem para cá), chegam nessa época de carnaval e vão pro circuito convencional... dar o seu apoio moral e financeiro pra a industria que mais fode com o rock daqui dessa capital.

É complicado. Salvador tem um IMENSO potencial rocker. Tanto que sempre que uma banda consegue se destacar, ela realmente ganha notoriedade (Pitty, Vivendo do Ócio, Camisa de Vênus). Zilhões de bandas boas, que não recebem apoio dos proprios roqueiros, e somado com toda a sistemática musical que assola essa cidade, resulta no que temos hoje. Uma cidade em que o rock é (quase) sempre underground.