28 de out. de 2009

25/10 - 05:12

Estava sentado no chão frio da varanda do segundo andar da casa, com as pernas penduradas para fora, do jeito que eu mais gostava de ficar. O frio da manhã nublada de primavera deixava o vento, assim como os azulejos, ainda mais frios. Era bom. Eu estava lá, olhando a vista do Candeal. Definitivamente, não é das vistas mais bonitas que eu já vi. Mas é bom de ficar olhando. É amplo, sem prédios na sua frente. E, sentado ali, estou no alto; parece que dá saltar e voar. O sol estava nascendo escondido nas nuvens, atrás dos prédios ao fundo. Por isso, clareava, mas não iluminava.

Estava ali, ouvindo a cidade acordando; os passaros saindo para comer; galos cantando em algumas casas do Candeal que ainda não se adaptaram à vida numa capital; sentindo o vento na cara; algumas pessoas já acordando e falando alto; alguns veículos já saindo do lugar, com seus motores quase sozinhos, onde se podia ouvir um ou outro carro, ao invés da sinfonia-zumbido que se vai ouvir mais tarde; vendo os postes apagarem as luzes, aos poucos, na medida que o sol ia subindo, atrás das nuvens, e aumentando a sua intensidade .

Estava ali, pensando em como está indo bem a minha vida. Como a minha banda é boa; como eu estou quase passado nesse semestre da faculdade; como eu queria que o tempo parasse, exatamente naquela hora; pensando em como eu amo a minha namorada e como sou feliz com ela.

Então ela entra na varanda, sem fazer muito barulho, descalça e com uma roupa minha qualquer que lhe tivesse servido para ter uma noite mais confortável, com um sorriso lindo no rosto. Sentaa atrás de mim, me abraça, beija meu pescoço e diz no meu ouvido esquerdo:


"Feliz aniversário, amor!"

Um comentário:

Camie disse...

confuso e paradoxalmente lindo.